Primitivismo na Arte Ocidental
No contexto das artes ocidentais, o primitivismo é um modo de idealização estética que busca recriar a experiência do tempo, lugar e pessoa primitivos, seja por emulação ou por re-criação. Em filosofia ocidental, o primitivismo propõe que as sociedades primitivas possuam uma moralidade e ética superiores ao sistema urbano de valores dos povos civilizados. Na arte europeia, os estéticas do primitivismo incluem técnicas, motivos e estilos copiados das artes de povos asiáticos, africanos e australasiáticos percebidos como primitivos em relação à civilização urbana da Europa Ocidental.
Origens do Primitivismo
As origens do primitivismo remontam à filosofia iluminista e à teoria crítica da Escola de Frankfurt. O filósofo Jean-Jacques Rousseau atribuiu a agricultura e à cooperação o desenvolvimento da desigualdade social e a destruição do habitat. Em seu Discurso sobre a Desigualdade, Rousseau retratou o estado de natureza como uma "utopia primitivista"; no entanto, ele não propôs um retorno à natureza. Em vez disso, ele defendeu a recriação das instituições políticas em harmonia com a natureza e sem as artificialidades da civilização moderna.
Desenvolvimento do Primitivismo
O desenvolvimento moderno do anarco-primitivismo foi principalmente obra de John Zerzan, cujo trabalho ganhou popularidade quando as teorias ecológicas verdes começaram a atrair interesse. O primitivismo, conforme delineado no trabalho de Zerzan, primeiro ganhou destaque como o entusiasmo pela ecologia profunda começou a diminuir. Zerzan argumentou que as sociedades pré-civilizatórias eram inherentemente superiores à civilização moderna e que o movimento em direção à agricultura e ao aumento do uso da tecnologia resultou na alienação e opressão da humanidade. Ele propôs que a humanidade retornasse a um estado de natureza, o que acredita que aumentaria a igualdade social e a autonomia individual abolindo a propriedade privada, a violência organizada e a divisão do trabalho.
Críticas ao Primitivismo
Uma crítica comum ao primitivismo é de hipocrisia, ou seja, que as pessoas rejeitando a civilização geralmente mantêm um estilo de vida civilizado. Além disso, o primitivismo tem sido criticado por perpetuar estereótipos racistas e colonialistas, como o "nobre selvagem", com os quais os colonialistas justificavam a dominação branca sobre os povos não-brancos na Ásia, África e Australásia.
Exemplos de Primitivismo
- Pintura por Niko Pirosmani: Queen Tamar (64 x 56 cm, Museu de Arte da Geórgia, Tbilisi, Geórgia, Primitivismo, Óleo)
- Pintura por Niko Pirosmani: Still life (20 x 72 cm, Museu de Arte da Geórgia, Tbilisi, Geórgia, Primitivismo, Tecido)
- Pintura por Niko Pirosmani: Krtsanisi (93 x 116 cm, Museu de Arte da Geórgia, Tbilisi, Geórgia, Primitivismo, Tecido)
- Pintura por Niko Pirosmani: Goat (49 x 80 cm, Museu de Arte da Geórgia, Tbilisi, Geórgia, Primitivismo, Óleo sobre tábua)
- Pintura por Niko Pirosmani: Queen Tamar (99 x 70 cm, Museu de Arte da Geórgia, Tbilisi, Geórgia, Primitivismo, Óleo sobre tábua)
Os exemplos acima ilustram a estética do primitivismo na arte europeia. Essas pinturas de Niko Pirosmani incorporam técnicas, motivos e estilos copiados das artes de povos percebidos como primitivos em relação à civilização urbana da Europa Ocidental.
Conclusão
O primitivismo é um modo de idealização estética que busca recriar a experiência do tempo, lugar e pessoa primitivos. Em filosofia ocidental, o primitivismo propõe que as sociedades primitivas possuam uma moralidade e ética superiores ao sistema urbano de valores dos povos civilizados. Na arte europeia, os estéticas do primitivismo incluem técnicas, motivos e estilos copiados das artes de povos asiáticos, africanos e australasiáticos percebidos como primitivos em relação à civilização urbana da Europa Ocidental. No entanto, o primitivismo tem sido criticado por perpetuar estereótipos racistas e colonialistas.
Referências:
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