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Jean-Baptiste Debret ou De Bret publicou Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839), documentando aspectos da natureza, do homem e da sociedade brasileira no início do século XIX. Uma de suas obras serviu como base para definir as cores e formas geométricas da atual bandeira do Brasil, adotada em 19 de novembro de 1889. Filho de Jacques Debret, funcionário do parlamento francês e estudioso de História Natural e Arte, e irmão de François Debret (nascido em 1777), arquiteto, membro do Institut de France. Era parente (primo) de Jacques-Louis David (1748-1825), líder da escola neoclássica francesa. Estudou no Lycée Louis-le-Grand. Foi aluno da Escola de Belas Artes de Paris, na classe de Jacques-Louis David. Também chegaria, como seu irmão François, ao Institut de France. Obteve em 1791 o segundo prêmio de Roma, com a tela Régulus voltando a Cartago. A Revolução Francesa necessitava de engenheiros que entendessem de fortificações; foram, então, selecionados alguns dos alunos mais brilhantes para o curso de Engenharia. Debret foi um dos escolhidos, tendo estudado engenharia por cinco anos, seguindo a tradição da família, na École Nationale des Ponts et Chaussées. Depois de formado, em janeiro de 1795 foi contratado como desenhista de 3 classes na École centrale des Travaux Publics (futura École Polytechnique) que apenas começava suas atividades Em dezembro do mesmo ano passa a professor de desenho. Em abril de 1796, sua vaga foi extinta e ele deixa a École Polytechnique. Apesar da carreira de engenheiro, Debret voltaria à pintura. Expôs no salon de 1798 um quadro com figuras de tamanho natural – Le général méssénien Aristomène delivré par une jeune fille, com o qual ganhou um segundo prêmio. Expõe em 1804, no salon, o quadro O médico Erasístrato descobrindo a causa da moléstia do jovem Antíoco. Em 1805 muda a temática de suas pinturas, expondo Napoleão presta homenagem à coragem infeliz, que recebeu menção honrosa do Instituto de França. Debret finalmente encontrara-se com o que seria o tema principal de suas obras enquanto na França: Napoleão. Expôs no salon em 1808 o quadro Napoleão em Tilsitt condecorando com a Legião de Honra um soldado russo. Em 1810, um novo “tributo” à Napoleão fora criado – Napoleão falando às tropas; seguido por A primeira distribuição de cruzes da Legião de Honra na Igreja dos Inválidos, de 1812. Não por acaso, Napoleão era um verdadeiro mecenas para artistas como Debret e David, apoiando – inclusive financiando – a disseminação da arte neoclássica. A derrota de Napoleão, em 1815, foi um golpe duro aos artistas neoclássicos, que perderam o principal pilar que sustentava – financeira e ideologicamente - a arte neoclássica. Isto, somado com a perda do filho único, de apenas dezenove anos, abalara muito Debret. No mesmo período, ele e o arquiteto Grandjean de Montigny foram convidados à participar de uma missão de artistas franceses que rumava para a Rússia a pedido do Czar Alexandre I da Rússia. Mas, paralelamente, se aprontava em Paris a missão ao Brasil, chefiada por Joachim Lebreton, por solicitação de Dom João VI. Debret - assim como Grandjean de Montigny - escolheu o Brasil. Embarcou em Le Havre a 22 de janeiro de 1816. Calpe, o veleiro norte-americano que trazia a missão, aportou em território brasileiro em 26 de março de 1816. A missão foi planejada por António de Araújo e Azevedo, o conde da Barca, que escrevera ao Marquês de Marialva, embaixador de Portugal em Paris, pedindo-lhe que cuidasse da vinda de uma missão artística, missão que, entre outros objetivos, idealizaria e organizaria a criação de uma Academia de Belas Artes. Sua chegada, em 1816, ao Brasil coincide com a morte da então rainha de Portugal, D. Maria I, Debret é então incumbido de retratar o funeral da Rainha e a aclamação do novo monarca da Corte, o que lhe dá rápida penetração na corte. Instalou-se no Rio de Janeiro e, a partir de 1817 passa a ministrar aulas de pintura em seu ateliê, onde tem como aluno Simplício de Sá. Em 1818, colabora na decoração pública para a aclamação de D. João VI. Por volta de 1825, pinta águas-fortes, hoje confiadas à Seção de Estampas da Biblioteca Nacional. De 1826 a 1831, é professor de pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes alternadamente com viagens por várias cidades do país, onde retrata tipos humanos, costumes e paisagens locais. Versátil, desenhou desde uniformes e trajes de gala da corte, até iluminuras de diplomas, insígnias e cenografia de teatro. Teve como alunos Manuel de Araújo Porto-Alegre e Augusto Müller. Em 1828, Debret passou a dirigir a Academia e em 1829, organiza a Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Bellas Artes, primeira mostra pública de arte no Brasil, com as pinturas de seus alunos. Em 1830, foi escolhido membro correspondente da Academia das Belas Artes do Instituto de França.
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