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Giambologna, nascido como Jean Boulogne (também conhecido como Giovanni da Bologna e Giovanni Bologna), foi um escultor maneirista. Nasceu em Douai, Flandres (hoje na França), em 1529, e faleceu em Florença em 13 de agosto de 1608. Giambologna tem sido considerado o mais perfeito representante do maneirismo, e seu renome vem de suas obras cheias de movimento, com um precioso polimento de superfície. Entre as mais conhecidas estão o Mercúrio, do qual existem várias versões, o grupo do Rapto das Sabinas, um estátua de São Lucas, o grupo de Hércules e Nesso, e sua série da deusa Vênus, que estabeleceu um novo cânon de proporções para a figura feminina e se tornou modelo para duas gerações de escultores italianos e do norte da Europa. A divulgação de suas grandes obras em cópias reduzidas em bronze fez sua fama se espalhar pela Europa, e desde então seu prestígio não sofreu decréscimo. Seu estilo foi uma influência decisiva sobre De Vries, Puget, Tacca, Franqueville, Bernini e Algardi. Nascido em uma família de classe média, seus pais queriam fazer dele um notário, mas seu talento foi percebido e ele foi aceito como aprendiz no atelier do escultor e arquiteto Jacques du Broeucq, que havia visitado a Itália e foi um dos principais introdutores do renascimento italiano em Flandres. Permaneceu estudando com ele entre o fim da década de 1540 e o início da de 1550, e seu treinamento prático se deu nas obras da igreja de Sainte-Waudru em Mons, cujo coro estava a cargo de seu mestre. Depois de terminar seu aprendizado transferiu-se para a Itália em torno de 1550 , fixando-se em Roma, estudando avidamente a estatuária clássica e fazendo moldes em cera de obras célebres, dentre as quais são citadas como influência para suas criações posteriores principalmente o Laocoonte e O suplício de Dirce, duas obras-primas do helenismo que haviam sido descobertas há pouco tempo. É possível que tenha entrado em contato pessoal com Michelangelo e também e com Guglielmo della Porta, com quem teria aprendido a técnica da escultura em bronze. Sua visita à Itália devia ser temporária, e quando começou sua viagem de volta em torno de 1553 passou por Florença, onde os modelos que havia feito em Roma causaram boa impressão no mecenas Bernardo Vecchietti, que passou a lhe encomendar obras, entre as quais uma Vênus que se perdeu, mas da qual sobrevive um modelo. A amizade com Vecchietti lhe foi de grande valia, e através dele foi apresentado ao Grão-Duque Francesco I de Medici. Considerando que a cidade poderia lhe oferecer boas condições de trabalho, decidiu fixar-se ali. Mas sua ascensão não foi rápida, já que a cidade estava cheia de artistas afamados e ele teve de se contentar com encargos de menor importância, como o brasão da família Medici para o Palazzo di Parte Guelfa, e depois um relevo em alabastro intitulado Alegoria de Francesco I. Sua primeira obra importante foi o Baco, de 1560, executado para Lattanzio Cortesi, e no mesmo ano participou de um concurso para a Fonte de Netuno a ser instalada na Piazza della Signoria, mas cujo vencedor foi Bartolomeo Ammanati. Apesar disso foi uma oportunidade de divulgar seu trabalho, e o modelo que ele propôs recebeu críticas favoráveis. Logo depois do concurso, em 1562 Giambologna recebeu a primeira encomenda de uma obra importante para Francesco I, o Sansão e o filisteu , que é o primeiro exemplo significativo de sua habilidade de criar uma composição cheia de dinamismo e passível de ser apreciada de todos os ângulos. Deveria ter sido instalada em uma fonte em Florença mas acabou por ser oferecida à Espanha. De lá passou para a posse do Príncipe de Gales, o futuro Carlos I, e logo se tornou a mais célebre escultura italiana na Inglaterra, hoje fazendo parte da coleção do Victoria and Albert Museum . Em 1563, foi chamado a Bolonha para realizar o Netuno da fonte na Piazza Maggiore, cuja estrutura fora projetada por Tommaso Laureti e que fazia parte da renovação urbanística da cidade ordenada pelo papa Pio IV. Enquanto trabalhava no Netuno o delegado papal solicitou a Giambologna uma estátua para ser instalada no pátio do Archiginnasio, a sede da veneranda Universidade de Bolonha, que deveria representar Mercúrio apontando para o céu, simbolizando a origem divina do saber. O projeto acabou não sendo realizado, mas resultou num modelo que constitui a primeira de uma série de estátuas do deus que culmina no célebre Mercúrio voando, muito mais dinâmico do que o projeto original, pousando apenas a ponta do pé sobre o sopro de um zéfiro, o que lhe confere uma sensação notável de ausência de peso, liberdade de movimento e graça. De volta a Florença em 1556, o escultor apresentou o Mercúrio aos Medici, que, entusiasmados, ordenaram a sua fundição para enviá-lo como presente diplomático ao imperador Maximiliano II, como parte dos entendimentos entre a corte florentina e a austríaca para a o casamento de Francesco I com Joana da Áustria. Quando as bodas foram realizadas ele foi encarregado de criar uma alegoria para as festividades, o grupo Florença derrotando Pisa, que foi instalada no Palazzo Vecchio e hoje se conserva no Museu do Bargello. Logo depois fez estátuas para duas fontes incompletas, uma na Villa Medicea della Petraia, a Vênus de Florença (1570-71), e outra representando o deus Oceano (1572-76), uma grande composição em mármore para os Jardins de Boboli do Palazzo Pitti. Outra Vênus foi criada para a fonte da Gruta do Buontalenti (1575), e depois foi encarregado de uma escultura monumental do deus Apenino para o parque da Villa di Pratolino.
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