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Frans Janszoon Post foi um pintor dos Países Baixos. Junto com Albert Eckhout, é considerado o mais relevante artista neerlandês a serviço de Nassau na comitiva que o acompanhou ao Nordeste do Brasil em meados do século XVII Chegou ao Brasi com 24 anos de idade, e tomou parte em diversas expedições, com o objetivo de montar uma grande coleção de desenhos com motivos brasileiros para o seu mecenas. Pouco se sabe sobre a vida de Frans Post. A principal fonte de informação é a obra "Groote Schouburgh der Konstschildeus em Schilderessen" (1719) de Arnold Houbraker. Esta, por sua vez, foi baseada em diversas biografias, registros de corporações e igrejas, e também anedotas e episódios de pintores neerlandeses da época em que viviam nos Países Baixos em fins do século XVII, com quem teve contato pessoal. O que apareceu nos léxicos de artistas de Immerzeel a Thieme-Becker sobre Post é repetição das magras informações de Houbraker. A contribuição de Thime-Becker foi ter juntado alguns dados novos e trazido uma lista mais extensa de quadros. Frans Post, o terceiro filho do casal Jan Janszoon Post e Francyntie Peters, nasceu em 1612 em Haarlem, nos Países Baixos. Seu pai e mãe eram provenientes de Leyden. Casaram-se em 1604 e mudaram-se para Haarlem onde Jan Jansz pintava vitrais. O primogênito do casal foi Pieter, nascido em 1608. O segundo é Anthoni, de 1610 e a última Johanna, que nascera pouco antes do pai falecer, em novembro de 1614. Sua mãe casou-se novamente em 1620 com Harman van Warden, que foi mau marido e abandonou o lar pouco depois. Que escolas o jovem Frans freqüentou e com quem aprendeu a pintar não se sabe. Segundo Houbraken, dedicou-se à profissão do pai até a partida para o Brasil, informação esta que parece não encontrar apoio nos fatos. O mais velho dos irmãos, Pieter, trabalhou com o célebre arquiteto do renascimento paladiano, van Campen, apontado como o construtor de Mauritshuis, em cuja decoração interior Pieter também colaborou. Van Campen era amigo do influente secretário do príncipe Frederico Henrique e também seu conselheiro em assuntos de arte. O constante estado de guerra em que se encontrava Pernambuco, o desespero que reinava entre os habitantes das capitais e ainda a elevada soma de dívidas foram fatores que levaram a reforma do sistema de governo neerlandês na cidade do Recife. Após os entendimentos de Frederico Henrique de Orange e os Estados Gerais, foi indicado para ocupar o cargo de Governador, que ia ser criado, o Conde João Maurício de Nassau Siegen quem achava-se em estreita relação de parentesco com a Casa de Orange. Quando nomeado Governador do Brasil, terá sido por indicação de Pieter que o Conde (para quem Pieter já trabalhara na construção do Palácio de João Maurício) engajou seu irmão Frans, convite este que seria para o jovem pintor de 24 anos, artista ainda obscuro, o augúrio de uma carreira prestigiada pela proteção oficial dos Oranges, numa época em que a prosperidade dos Estados Gerais transformou a corte dos Stadhouters em centro de proteção às artes e de grande atividade construtora. Os dois Posts passaram a ser protegidos de Mecenas e da casa reinante, da qual receberam encargos. Enquanto esteve no Brasil, Frans acompanhou o Governador em suas campanhas e teve residência no Palácio das Torres. Parece que ao longo do percurso, tornou-se amigo intimo de Nassau. Das suas atividades no Brasil, o mais importante depoimento é, contudo, o livro famoso para o qual Frans desenhou numerosas vistas de portos e fortificações, do Maranhão à Bahia. Embora datados de 1645, ou seja, depois do seu regresso à Europa, mostram tal segurança e exatidão topográfica que deixam bem claro terem sido copiados de telas ou esboços feitos d’après nature. Durante a sua estadia no Brasil só existem sete quadros. São as vistas de Itamaracá, de Porto Calvo, do Forte dos Reis Magos, do rio São Francisco, da ilha de Antônio Vaz e A vista da Igreja de São Cosme e São Damião em Igarassu, pintados do natural. Um oitavo e mencionado em catálogos de leilões do século XVIII, correspondendo à prancha do Palácio das Torres. Seria estranho que durante sete anos não tivesse Post produzido mais. Em julho de 1644 estava de volta a Haarlem, fixando-se em Smeetstraat. Casou-se no dia 27 de março de 1650, na Igreja de Sandvoort, com Jannetye Bogaret, também de Haarlem, residente em Koninckstraat, filha do professor Salomon Bogaert. Faleceu Jannetye a 7 de agosto de 1664, deixando-lhe três filhos: Anthoni, Jan e Rachel. Post morreu em 18 de fevereiro de 1680 e foi enterrado no Groote-Kerk de Haarlem. A pintura de gênero (pintura de genre), holandesa por excelência, romana da arte da iluminura e das gravuras góticas em madeira. Daí herdar sua escala reduzida e ingênua minuciosodade, quando transposta para o óleo. Também a escola paisagista descende da mesma arte miniaturista, tal como a flamenga sua vizinha, que a precedeu, representada pelos Brueghel e seus corifeus, mas da qual se emanciparia, no século XVII, brusca e triunfalmente. Não houve, pode-se dizer, primitivos nos Países Baixos. De uns raros praticantes, incluidos, aliás, entre os flamengos, desabrocha de uma feita a arte neerlandesa, à sua plenitude e firma o seu caráter fortemente nacional.
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